quarta-feira, 27 de julho de 2011

KAPPA CRUCIS – Jewel Box (Independente)

Lançado em agosto de 2009, este é o primeiro lançamento do grupo da cidade paulista de Apiaí chamado Kappa Crucis. O disco, que vem com 10 faixas, nos mostra uma banda claramente influenciada pelo rock and roll dos anos 70. Em alguns momentos, parece que estamos ouvindo Lynyrd Skynyrd ou Uriah Heep, e, especialmente pelos teclados, até mesmo o Deep Purple dos primórdios. Mas a banda tem identidade própria, sendo que em vários momentos, flerta com o hard rock e com o heavy metal. A excelente produção do disco e o virtuosismo dos músicos são algo que eu não poderia deixar de enfatizar pela sua extrema qualidade.
O grupo, formado nos anos 90, iniciou suas atividades executando versões de grandes clássicos do rock, entretanto, numa sequência natural, com o tempo, passou a elaborar composições próprias, já tendo lançado dois cds demos que tiveram boa receptividade pela mídia especializada. Fazendo som num estilo auto intitulado como classic heavy rock, F. Dória (bateria e vocais), G. Fischer (vocal e guitarra), R. Tramontin (baixo) e A. Stefanovitch (teclados) se destacam pela sua originalidade, especialmente numa época em que a “moda” é o som extremamente pesado ou rápido, eles fazem aquele som agradável e maduro que conquista de imediato o ouvinte mais seletivo e carente de música de qualidade e requinte.
Destacar uma ou outra faixa em um trabalho tão coeso é algo de difícil concepção, vez que a obra, como um todo, é irreparável, entretanto, como é de praxe, posso classificar a faixa inicial do trabalho, “Back To The Water” como uma potente música de abertura de um disco tão valoroso, e para que a presente resenha fique ainda mais indelével, não há como deixar de comentar a beleza dos arranjos da música “Faces”, que cativa logo nos primeiros acordes e, justiça seja feita, a balada “Son Of The Moonlight” é um registro magnífico, ao lado de “Handcuffs”, que é “purpleana” em sua essência, ao longo de seus pouco mais de seis minutos, que literalmente voam, tal qual a beleza da faixa. A já conhecida “Judgement” não poderia deixar de ser citada pelo seu peso e energia dosados de forma precisa. Encerrando o disco, temos a rápida “A New Seed”, nos dando a sensação de que o som pode ser aumentado ainda mais numa inevitável nova audição de um registro com tamanha classe.
A produção do disco ficou a cargo do baterista F. Dória, foi gravado e mixado no Ger Som Studio, em Itapeva (SP) e masterizado na Flórida (EUA), produção essa que, pelo brilhante resultado final conseguiu extrair criatividade e riqueza musical do âmago dos músicos.
Uma pequena curiosidade sobre a banda é que o nome Kappa Crucis é referência a um aglomerado de estrelas de difícil visualização situado próximo à constelação do Cruzeiro do Sul. Depois de tantas considerações, espero que você, estimado leitor, tenha curiosidade suficiente para conferir as preciosidades contidas nesse “porta jóias”. Altamente indicado.

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